domingo, 27 de dezembro de 2015
Fim de um ciclo
Assistir ao fim de uma geração de grandes futebolistas é sempre doloroso.
Assistir-mos à curva descendente dos nossos ídolos que nos habituámos a ver brilhar pode em certos casos ser até chocante ao ponto de nos obrigar a recorrer às memórias para nos sentir-mos de alguma forma reconfortados.
A Selecção Holandesa de Futebol já nos apresentou, no meu tempo de vida, três gerações de grande nível. A primeira de Gullit, Rijkaard e Van Basten foi a única coroada com um título, mas também a que brilhou menos tempo.
Campeã da Europa em 1988 teve ainda um Mundial medíocre em Itália em 1990 e voltou em 1992 na Suécia a fazer um grande Campeonato da Europa onde só as grandes penalidades os afastaram da final.
O Mundial dos EUA em 1994 marca já o final desta geração, já sem Gullit, sem Van Basten ou Van Breukelen.
No Europeu de Inglaterra emerge uma nova geração, um conjunto de jogadores saídos do "De Toekomst" de Amsterdam pelas mãos de Louis van Gaal, acabados de vencer a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Esse Europeu não foi fantástico mas marca o início de mais uma geração inesquecível do futebol Holandês. Van der Sar, Kluivert, Overmars, Bergkamp, Frank e Ronald de Boer fazem em 1998 um enorme Mundial em França onde (de novo) as grandes penalidades os separaram da final da Paris.
Dois anos depois, no Europeu em casa, mais uma competição quase perfeita onde mais uma vez são traídos pelos penalties que os volta a deixar a um passo de uma final.
A ausência do Mundial da Korea/Japan em 2002 é o início do fim deste grupo de jogadores que, em alguns casos, ainda deram um "cheirinho" no Europeu de Portugal em 2004.
Em 2006 a Holanda apresenta mais uma geração que viria a superar as outras duas e a colocar-se lado a lado com a mítica geração de Rinus Michels e Johan Cruijff.
Muitos já presentes no Europeu dois anos antes, como suplentes, onde chegaram ás meias-finais, tem um Mundial na Alemanha sem grandes méritos. Mas é a rampa de lançamento para 8 anos absolutamente deliciosos.
Em 2008, no Europeu da Áustria/Suíça o futebol da Oranje é... perfume!
Inesquecíveis os jogos da fase de grupos com golos de levantar os estádios.
O 4-1 à vice-campeã do mundo França e o 3-0 à campeã do mundo Itália são dois jogos inesquecíveis.
Depois... uma eliminação inacreditável e injusta frente à Rússia.
Segue-se uma fase de qualificação só com victórias, e já no Mundial da África do Sul um caminho imaculado até à final de Johannesburg.
Final perdida a... 4 minutos do final do prolongamento.
Em 2012, na Ukrania/Polónia um Europeu com três derrotas depois de uma qualificação só com victórias.
Em 2014 mais um Mundial para a história, e mais uma competição que termina a um passo da final... nas grandes penalidades. Para recordar um 5-1 à campeã do mundo e bi-campeã da europa Espanha, e um perfeito 3-0 ao país organizador Brazil no jogo dos 3ºs e 4ºs lugares.
A ausência do Europeu de França em 2016 é uma espécie de marco que marca o fim desta geração brilhante de jogadores fora de série. A geração de Sneijder, Robben e Van Persie acabou mas como nos diz a história, uma outra nascerá em breve para voltar a maravilhar o mundo com o seu "Total Football".
Que seja em breve...
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