segunda-feira, 14 de março de 2011

2010 - UM ANO MEMORÁVEL - Parte 3 (Rumo à Final)


02 de Julho de 2010
Para mim foi um dia de ansiedade tremenda. Uma noite mal dormida e um dia que custou a passar.
A história dizia que a Holanda nada tinha a seu favor. Desde 1974, com a geração de Johan Cruijff, que não derrotávamos o Brazil. Em 1994, fomos eliminados do Mundial dos E.U.A. nos quartos-de-final, perdendo por 2-3. Quatro anos depois, voltámos a ser eliminados, desta vez na meia-final no Velodrómme em Marseille, nas grandes penalidades. O favoritismo era do Brazil e para além disso, nenhuma das quatro victórias que a Holanda tinha alcançado neste mundial tinham sido através de grandes exibições.
Era pois chegado o momento da verdade. Eliminar o Brazil era um passo de gigante rumo à final de Johannesburg, pois na meia-final encontraríamos o vencedor de um Uruguay-Ghana.

No Nelson Mandela Bay em Port Elizabeth, perante 40.186 espectadores, Holanda e Brazil encontraram-se pela quarta vez num Campeonato do Mundo. 10 minutos depois do apito inicial do árbitro Yuichi Nishimura, já o Brazil vencia por 1-0 e é verdade que se assim chegou ao intervalo se deveu à sorte e a Stekelenburg.
Mas a segunda parte seria diferente. A Holanda fez uma exibição fantástica, Sneijder fez dois golos, aos 53 e 68 minutos, e pouco depois ficámos a jogar contra 10.
A final estava "ao virar da esquina". E eu começava já a preparar a minha viagem a Amsterdam, depois destes 90 minutos que me retiraram 2 anos de vida.


HOLLAND 2-1 BRAZIL em Eindhoven


Seguia-se o Uruguay. Na outra meia-final, Espanha e Alemanha discutiam a outra vaga para o Soccer City. A Espanha despachara Portugal (1-0) e Paraguay (1-0) enquanto a Alemanha mandara para casa a Inglaterra (4-1) e a Argentina de Maradona (4-0). Confesso que apesar de a Alemanha parecer estar muito melhor que a Espanha eu torcia por uma final Holanda vs. Alemanha. Uma desforra da final de à 36 anos com os nossos vizinhos Germãnicos soava-me a final perfeita para o nosso primeiro título Mundial
Mas primeiro havia que ultrapassar o Uruguay.


 
 HOLLAND 3-2 URUGUAY  em Eindhoven


De volta ao Green Point, na Cidade do Cabo, Holanda e Uruguay defrontaram-se perante 62.479 espectadores a 6 de Julho. "Gio" Van Bronckhorst aos 18 minutos fez o 1-0 com o melhor golo do torneio.
Diego Forlan empatou ainda na primeira parte, aumentando a tensão. Mas aos 70 e 73 minutos, Sneijder e Robben colocaram a "Oranje" com um pé na final.


JOGADORES REGRESSAM DOS BALNEÁRIOS PARA FESTEJAR COM OS ADEPTOS



O Uruguay ainda reduziu nos momentos finais da partida, mas era tarde demais, a Holanda estava na sua terceira final de um Mundial. A minha primeira final chegara finalmente.

sábado, 12 de março de 2011

ARRANJAR DINHEIRO PARA IR A AMSTERDAM VER A FINAL!


No início da competição a minha fé na minha selecção era enorme. Tinha passado férias em Amsterdam em Maio e por isso o dinheiro não abundava na minha conta bancária. Mas sabia que caso a Holanda chegasse á final do Mundial (pela primeira vez desde que nasci) eu teria de estar em Amsterdam. Não poderia assistir a um jogo desses a 2300 kilómetros da minha terra.

Então no início do Campeonato do Mundo coloquei 20 euros numa casa de apostas online e fui fazendo "all-in" em cada jogo da Holanda. Se nas quatro partidas iniciais as "odds" não eram altas para as victórias da Holanda, nos quartos-de-final eram diferentes. O Brazil era favorito!
Como eu sabia que precisava de 350 euros para voltar a Amsterdam mais seis dias (ficando alojado em casa de familiares, claro), tinha de arriscar todos os 60 euros que já tinha amealhado na minha conta. Em caso de victória da "Oranje" dentro dos 90 minutos passariam a 240 euros. "All-in", pois claro!

Com mais o jogo da meia-final com o Uruguay (aposta dos 240 euros na passagem da Holanda) transformei os meus 20 euros em 330 euros.
À custa da carreira irrepreencível de Sneijder, Robben e Co. pude no dia 10 de Julho de madrugada voar para Amsterdam para realizar um sonho com 20 anos. Assistir, juntamente com 200.000 Holandeses (em 10 ecrãs gigantes) à final de um Campeonato do Mundo em que o meu País era um dos finalistas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

2010 - UM ANO MEMORÁVEL - Parte II (Campeonato do Mundo)


Os 23 jogadores representavam 17 clubes diferentes. O Ajax Amsterdam o que mais jogadores cedia: 3.
Com uma média de idades de 27,39 anos, uma média de altura de 1,80m e com uma média de peso de 75Kg.
Bert van Marwijk tinha como adjuntos quatro ex-internacionais: Phillip Cocu, Frank de Boer, Dick Voorn e Ruud Hesp (este como treinador de guarda-redes).
A 14 de Junho, o Soccer City em Johanesburg foi o palco de estreia da selecção "Oranje" no 19º Campeonato do Mundo FIFA. Perante 83.465 espectadores, a Holanda venceu a Dinamarca por 2-0.
Ambos os golos apontados já na segunda parte, o primeiro através de um auto-golo de Daniel Agger aos 46 minutos e o segundo por Dirk Kuyt aos 85 minutos.


Cinco dias depois no Moses Mabhida em Durban, a Holanda vence o Japão num jogo em que com o passar dos minutos se foi complicando. O 1-0 final acabou por ser melhor que a exibição.
62.010 espectadores assistiram à partida orientada por Héctor Baldassi. O único golo da partida voltou a aparecer só na segunda parte, apontado por Sneijder, num potente remate de fora da grande área aos 53 minutos de jogo.


Ao fim das duas primeiras rondas, a Holanda estáva apurada para os oitavos de final, restando ainda saber em que posição. Era necessário mais um ponto para garantir o primeiro lugar do grupo, mas Bert van Marwijk não caíu na tentação de fazer descansar jogadores (o que nos poderá ter custado a eliminação no Euro 2008 juntamente, claro, com a trágica morte da menina de Kahlid Boulahrouz na véspera do jogo com a Rússia).
Frente aos Camarões, já eliminados, regressou após uma recuperação record, Arjen Robben, e logo para fazer a assistência para o golo da victória de Huntelaar aos 84 minutos, apenas 11 depois de ter entrado em campo.
Jogo no Green Point Stadion na Cidade do Cabo (Cape Town), perante 64.880 espectadores, com Van Persie a ser o autor do outro golo laranja aos 36 minutos de jogo.
Chegávamos assim aos Oitavos-de-final, com a Italia (Campeã do Mundo) e a França já de fora; e ainda com outros quatro "gigantes" a defrontarem-se já na primeira ronda eliminatória: Espanha vs. Portugal e Inglaterra vs. Alemanha.

Para o Encontro dos Oitavos-de-final frente à Eslováquia (que tinha atirado a Itália para fora da competição), a Holanda regressou à cidade de Durban e ao Estádio Moses Mabhida. Sob as ordens de Undiano Mallenco e o olhar de 61.962 espectadores, a "Oranje" carimbou o apuramento com uma victória por 2-1, com golos de Robben (18 minutos) e Sneijder (84 minutos). A Eslováquia ainda reduziu de grande penalidade nos descontos, mas era tarde demais, pois a bola já não chegou a ir ao centro do terreno.
Quatro jogos e outras tantas victórias e apenas dois golos sofridos, ambos de grande penalidade.
Vinha lá o Brazil...

quinta-feira, 10 de março de 2011

2010 - UM ANO MEMORÁVEL - Parte I (Pre-Campeonato do Mundo)


MAIO DE 2010

Vésperas do início do Campeonato do Mundo da Africa do Sul. Depois de uma qualificação irrepreencível Bert Van Marwijk entra em estágio com os seus/nossos 23 eleitos.
Para trás ficam 10 jogos oficiais e 10 victórias. Como este espaço pretende acompanhar a Selecção "Oranje" desde Janeiro de 2010, apenas há a assinalar o resultado de um particular disputado no AmsterdamArena perante 47.000 pessoas a 03 de Março frente aos Estados Unidos da América.
Os golos de Dirk Kuyt e Huntelaar resolveram o enconto (2-1).

Agora seguem-se três jogos particulares de preparação para a fase final do Mundial que se aproxima.
A confiança é muito grande em relação à competição que se segue. A última derrota oficial data de 21 de Junho de 2008 nos quartos de final frente à Russia de Gus Hiddink, após prelongamento.

Primeiro a 26 de Maio no Dreisamstadion em Freiburg, Alemanha frente à selecção do México.
Victória por 2-1 com dois golos de Robin Van Persie.

Depois a 1 de Junho, no AmsterdamArena, victória contundente frente a outra selecção que estaria também no Torneio. O Ghana sai derrotado da capital Holandesa por uns expressivos 4-1 com golos de Dirk Kuyt, Rafael van Der Vaart, Wesley Sneijder e Robin van Persie (g.p.).
A máquina estava cada vez mais "oleada".

O último teste foi de novo em Amsterdam desta vez frente à Hungria. Van Persie, Sneijder, Van Bommel, Elia e Robben por duas vezes foram os autores dos golos. O jogo ficou ainda marcado pela lesão de Robben nos ultimos minutos que, suspeitava-se, o poderiam afastar da Africa do sul.

Eis então a lista de jogadores que Bert van Marwijk levou para Africa do Sul:

GK - Maarten Stekelenburg
GK - Michel Vorm
GK - Sander Boschker
DF - Gregory Van der Wiel
DF - John Heitinga
DF - Joris Mathijsen
DF - Giovanni Van Bronckhorst
DF - Khalid Boulahrouz
DF - Andre Ooijer
DF - Demmi de Zeeuw
MF - Mark Van Bommel
MF - Nigel de Jong
MF - Wesley Sneijder
MF - Edson Braafheid
MF - Stijn Schaars
MF - Ibrahim Afellay
MF - Rafael Van der Vaart
FW - Dirk Kuyt
FW - Robin van Persie
FW - Arjen Robben
FW - Eljero Elia
FW - Ryan Babbel
FW - Klaas-Jan Huntelaar